A semana passada, a Coordination SUD, plataforma francesa das ONGD, dinamizou uma conferência intitulada “Que futuro(s) para as ONG?”. O debate baseou-se em relatórios de três países (França, Estados Unidos e Inglaterra) publicados em 2022, resultados de inquéritos realizados junto a representantes de diversas organizações internacionais.
Estes documentos vêm revelar as perspectivas de evolução das organizações internacionais face às grandes mudanças globais e novos desafios para os próximos anos.
O relatório Telescope 2030, focado num painel de pequenas e grandes ONG francesas, identifica três eixos de transformação que se destacam, e caracterizam a transformação do sector até 2030: a evolução das relações entre parceiros, de forma a distanciar-se do modelo de cooperação Norte – Sul; o surgimento de novos padrões dentro do quadro de intervenção das organizações; bem como a transformação dos modelos económicos das próprias.
Já o relatório NGO leaders on current & future change, produzido pela InterAction, identifica a questão da localização da ajuda e da redefinição das relações de poder no sector, as problemáticas ambientais, bem como a inclusão e a igualdade, como principais prioridades de acção para as ONG.
Por último, INGOs & the long humanitarian century vem reforçar os aspectos acima mencionados, e sublinha a importância do papel da liderança das organizações para uma adaptação adequada num contexto marcado por transformações múltiplas (ver artigo relacionado).
Cruzando olhares e debatendo pontos de convergência e divergência de cada relatório, o evento veio demonstrar a aptidão das organizações a reflectir sobre os seus modelos, e a acompanhar a transformação do sector do desenvolvimento.
Aceda os três relatórios apresentados, em inglês:
- Telescope 2030, Results of the survey conducted with a panel of French CSOs in March 2022, AFD (França)
- NGO leaders on current & future change, InterAction (Estados Unidos)
- INGOs & the long humanitarian century, Nuffield College (Inglaterra)