As literaturas africanas em língua portuguesa e os impactos do desenvolvimento

Jessica Falconi

Investigadora do CEsA/ISEG. É doutorada em Estudos Ibéricos pela Universidade de Nápoles “L’Orientale” (2007). Foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2010-2017) e professora visitante na Universitat Autònoma de Barcelona (2018). Tem publicado em revistas nacionais e internacionais na área das literaturas e dos cinemas africanos de língua portuguesa.

As artes, o teatro, a dança, o cinema, a literatura são elaborações estéticas de experiências, valores, traumas, memórias e identidades que devolvem visões do (ir)real e do (im)possível a partir de uma pluralidade de formas e linguagens.

Introdução

Ao reflectir sobre a urgência de um pensamento africano renovado, autónomo e fecundo, no seu popular ensaio Afrotopia, Felwine Sarr critica um conjunto de atitudes, categorias e ferramentas que são frequentemente mobilizadas para a análise e avaliação das dinâmicas sociais, económicas e políticas do continente africano. Em particular, Sarr assinala o “viés quantofrênico” e a hegemonia dos indicadores normalizados a nível internacional, apontando, por outro lado, para as inevitáveis falhas e lacunas das análises baseadas em indicadores como o Produto Interno Bruto ou Índice de Desenvolvimento Humano, no que se refere à riqueza e ao desenvolvimento.

Para Sarr, “esses indicadores associados às condições de vida nada dizem sobre a vida em si. A qualidade dos vínculos sociais, sua intensidade, sua fecundidade, a distância social, a natureza da vida relacional, cultural, espiritual, etc., tudo isso que compõe a existência, sua essência e seu sentido, as razões para viver, em suma, escapam por entre os nós dessa malha com espaçamentos largos demais para retê-las” (Sarr, 2019:18)

Para além dos necessários contributos de outras disciplinas das Ciências Humanas e Sociais, também as narrativas e representações que emergem nas produções culturais e artísticas são fundamentais para se preencherem, de forma qualitativamente densa, as lacunas e os espaçamentos a que alude Sarr.

As artes, o teatro, a dança, o cinema, a literatura são elaborações estéticas de experiências, valores, traumas, memórias e identidades que devolvem visões do (ir)real e do (im)possível a partir de uma pluralidade de formas e linguagens. São elaborações ‘mundanas’, isto é, produtoras de mundos e pelo mundo produzidas e influenciadas, na medida em que interagem, necessária e constantemente, com o universo de discursos sociais, políticos, religiosos, científicos e económicos. De facto, longe de substituírem os trabalhos científicos ou os relatórios oficiais, as criações culturais e artísticas, em sua completa autonomia, funcionam como contrapontos e suplementos, por convocarem visões populares, construções do imaginário colectivo, soluções simbólicas e estéticas das profundas contradições sociais, económicas e políticas experienciadas na maioria das sociedades contemporâneas do Sul Global.

Nesta breve reflexão, focar-me-ei na literatura, dando particular destaque à ficção, no intuito de realçar o papel que a representação literária desempenha na abordagem de uma multiplicidade de tópicos relacionados com a questão do desenvolvimento. Não é por acaso que também Sarr, ao reflectir sobre aquilo que define de afrotopos, “esse lugar ainda não habitado por esta África vindoura”, aponte para o romance como “um dos lugares em que o existencial africano contemporâneo foi mais bem expresso – seu ser colectivo e a experiência singular dos destinos individuais, mas também seus sonhos e projeções” (Sarr, 2019:133).

Igualmente significativa, nesta perspectiva, é a agenda de reflexão e investigação lançada no âmbito dos Estudos do Desenvolvimento por David Lewis, Dennis Rodgers e Michael Woolcock (2008; 2013). Esta proposta apela para a incorporação de ficções literárias e cinematográficas enquanto fontes alternativas, mas igualmente legítimas, do saber relacionado com o desenvolvimento, já que, na opinião destes estudiosos, muitas obras permitem reconstruir quadros mais complexos dos processos e das dinâmicas do desenvolvimento, revelando pontos de vista ou aspectos menos explorados pela literatura científica e pelos documentos oficias. Não se trata, como é evidente, de ler as produções literárias como relatos factuais, antropológicos ou etnográficos das culturas africanas a que se referem, o que seria desvirtuar a sua autonomia e dignidade estética.

Trata-se de explorar de que modo estas narrativas registam, na forma e no conteúdo, fraturas e continuidades geradas pelas dinâmicas do desenvolvimento, proporcionando representações simbólicas dos seus impactos ou reinventando metáforas do passado, do presente e sobretudo do futuro africano.

No que se refere mais especificamente à ficção literária e ao romance em particular, tanto Felwine Sarr, quanto os investigadores mencionados, apontam para nomes consagrados, de várias gerações, das literaturas africanas pós-coloniais, tais como Chinua Achebe, Buchi Emecheta, Ben Okri, Chimamanda Ngozie Adichie (Nigéria), Ahmadou Kourouma (Costa do Marfim), Boubacar Boris Diop, Cheikh Hamidou Kane, Ken Bugul (Senegal), Ngugi wa Thiong’o (Quénia), Kossi Efoui (Togo), Abdourahman A. Waberi (Djibouti), entre outras destacadas personalidades do universo literário do continente africano e da diáspora.

Com efeito, o conjunto de perspectivas teóricas e ferramentas analíticas formuladas e mobilizadas pela chamada Crítica Pós-Colonial tem vindo a demostrar que as literaturas pós-coloniais, desde o seu surgimento e afirmação, foram questionando os fundamentos do eurocentrismo e da modernidade ocidental. Por conseguinte, tais ficções têm contestado, também, as bases ideológicas e as raízes coloniais dos discursos e das práticas do chamado desenvolvimento mainstream (Ferreira e Raposo, 2017). Em particular, muitas das ficções africanas pós-coloniais foram assinalando as falácias dos modelos lineares e homogeneizantes do progresso e da modernidade, a partir dos seus próprios materiais. A incorporação e valorização de cosmologias, línguas e repertórios locais, suas contaminações com os constructos culturais ocidentais e, ainda, a pluralização de pontos de vistas de personagens subalternas, são algumas das caraterísticas salientes e comuns a estas ficções. O que emerge são narrativas não lineares e universos fragmentados e plurais, bem como visões menos dicotómicas e mais complexas das relações entre passado e presente, tradição e modernidade, campo e cidade, etc.

De salientar que o ensaio de Sarr e os artigos de Lewis, Rodgers e Woolcock focam autores e obras oriundas dos países africanos anglófonos e francófonos de ampla circulação no mercado literário mundial. No entanto, embora menos conhecidas a nível internacional, as ficções africanas em língua portuguesa constituem um corpus significativo no que se refere à representação dos impactos do colonialismo, da modernidade, da globalização e do desenvolvimento nos países em que se radicam as suas histórias. Tais ficções participam também daquilo que vem sendo definido como “literatura mundial” (world literature) de acordo com a formulação do Warwick Research Collective (WReC), cuja proposta é renovar a crítica materialista da literatura e considerar a literatura mundial como toda a literatura que regista as condições de desenvolvimento combinado e desigual, teorizado por Trotsky, nos centros e nas (semi)periferias do sistema capitalista mundial (WReC, 2020). Em particular, o conceito de literatura mundial assim formulado torna-se útil para classificar as produções literárias de países como Angola e Moçambique, na medida em que estas foram registando as diversas transições políticas, económicas e ecológicas – do colonialismo para a independência e dos Estados socialistas para o neoliberalismo e o neocolonialismo extractivista.

ACEP

Embora menos conhecidas a nível internacional, as ficções africanas em língua portuguesa constituem um corpus significativo no que se refere à representação dos impactos do colonialismo, da modernidade, da globalização e do desenvolvimento nos países em que se radicam as suas histórias.

Romances africanos em língua portuguesa

Nesta perspectiva, os romances de autores como Paulina Chiziane e João Paulo Borges Coelho, entre outros, proporcionam representações originais e significativas das transições moçambicanas e dos seus impactos sociais e culturais. Galardoada com o prestigiado Prémio Camões em 2021, a escritora moçambicana Paulina Chiziane é considerada uma voz incontornável da sociedade e da cultura moçambicanas, principalmente no que diz respeito à condição das mulheres do seu país. De facto, os romances da autora veiculam posicionamentos críticos sobre os papéis de género e as práticas sociais e culturais influenciadas pelas instituições patriarcais da sociedade moçambicana colonial e pós-colonial. No entanto, os romances de Chiziane retratam também os choques e os traumas das guerras e das transições políticas e económicas, revelando, inclusive, visões críticas das políticas de desenvolvimento económico e da ajuda externa.

Em Ventos do Apocalipse (1993), segundo romance da autora, Chiziane descreve os impactos devastadores das calamidades naturais e do conflito armado entre Frelimo e Renamo nos habitantes de uma aldeia rural, sendo o quadro histórico referencial os meados da década de 1980. Trata-se de uma época historicamente marcada pela escassez de alimentos e de outros bens, causada pelas secas e agravada pelo conflito armado, daí a dimensão apocalíptica do romance logo enunciada pelo título. Como realça João Paulo Borges Coelho, a partir de 1983 Moçambique passa a importar alimentos e a receber ajuda alimentar (Borges Coelho, 2004). Este dado da realidade histórica é transposto para a ficção na descrição da luta diária pela sobrevivência e na evocação das estruturas governamentais e da ajuda externa. Na visão popular, a ajuda internacional é associada a uma forma de neocolonialismo, denunciando-se também a distância entre as estruturas centralizadas criadas pelo governo para a gestão das calamidades naturais e as comunidades rurais. Este romance deixa vislumbrar tópicos centrais da produção ficcional moçambicana posterior, isto é, o registo da transição traumática do Estado socialista para as políticas neoliberais e o agravamento das mudanças climáticas.

De facto, a crítica da opção de Moçambique pelas políticas neoliberais emerge de forma mais contundente em O Sétimo Juramento (2000), terceiro romance da autora, centrado na representação da obscura ligação entre capitalismo neoliberal, burguesia emergente e feitiçaria. Através das relações entre a personagem de David, ex-combatente da Frelimo e chefe de uma empresa em vias de privatização, e os feiticeiros, o romance equaciona tanto os fenómenos que os antropólogos Jean e John Comaroff designaram, eficazmente, de “economias ocultas” da pós-colónia (Comaroff e Comaroff, 1999), quanto a complexa formação da burguesia capitalista nacional, definida de “mozambicanização do capitalismo” pelo economista Carlos N. Castel-Branco (2017).

Diversas referências no romance – às greves operárias; ao fim iminente da guerra civil; às eleições políticas por vir – indiciam o período entre finais da década de 1980 e princípios da seguinte, isto é, uma época marcada pela introdução do multipartidarismo (1990); pela derradeira fase do conflito entre Frelimo e Renamo e os acordos de paz (1992) e pela transição da economia planificada de matriz socialista à economia neoliberal.

Diversamente do romance anterior, a acção principal de O Sétimo Juramento passa-se na cidade de Maputo, caracterizada como um universo dominado pela circulação, troca e consumo de objectos e pessoas. Trata-se de um universo fortemente polarizadoe dividido no qual coexistem signos de riqueza e marcas de pobreza que apontam para o contexto de “crescimento empobrecedor” característico da época em questão (Oppenheimer, 2001:124).

O desenvolvimento e a economia de mercado da era da transição neoliberal é assim associado à violência, à traição e à pilhagem, sendo abertamente condenados, no romance, através da fala moralizadora de Moya, o espírito da montanha, talvez a alegoria de uma consciência comunitária local à procura de um caminho para o bem-estar colectivo alternativo àquele preconizado pelo modelo do progresso e do desenvolvimento mainstream.

Também João Paulo Borges Coelho aborda, na sua produção ficcional, o agravamento das mudanças climáticas, a intervenção estrangeira e os seus impactos nas populações locais. Em particular, em Água. Uma novela rural (2016), o autor retrata uma terrível crise ambiental experienciada por uma comunidade rural situada no continente africano. Em sintonia com as reflexões de Felwine Sarr, a novela explora a dimensão privada das relações que se estabelecem entre as personagens – os amores, as amizades, os ciúmes – espelhando a profunda alteração dos equilíbrios íntimos e sociais que ocorre no seio de uma comunidade afectada pelas alterações ambientais. Trata-se de ‘dados’ que escapam às malhas tecidas pelos saberes técnicos e científicos – representados na novela pela personagem de Hervio e do Engenheiro Waasser. O primeiro trabalha como funcionário numa repartição de meteorologia na cidade. No meio da crise, as suas tarefas são medir, registar e redigir relatórios. O segundo é o estrangeiro que tem a missão de construir as “pontes e estradas do desenvolvimento”, mobilizando o saber técnico e o poder económico para trazer à aldeia camiões cheios de água. As soluções propostas pelo engenheiro estrangeiro acabam por agravar os conflitos e as assimetrias sociais e económicas que a falta de água provoca na comunidade. Com os seus equipamentos e o seu dinheiro, Waasser representa um agente do desenvolvimento que convoca a complexa dinâmica da dádiva e da dívida originada pela ajuda externa.

 

ACEP

Na visão popular, a ajuda internacional é associada a uma forma de neocolonialismo, denunciando-se também a distância entre as estruturas centralizadas criadas pelo governo para a gestão das calamidades naturais e as comunidades rurais.

Ao lado destas personagens, há também outras que aludem a saberes ecológicos distintos, de caráter mágico-religioso ou empírico, como os dois velhos áugures, Ryo e Laama, que observam os fenómenos naturais a partir de conhecimentos locais.

Espelhando os desequilíbrios climáticos e os ritmos secas-cheias, a parte final da novela descreve a ação devastadora de uma cheia. Enquanto a água inunda a casa do Engenheiro Wasser, a ajuda estrangeira e o desenvolvimento técnico e económico são equacionados como forma de poder global que acaba por se impor e rasurar as potencialidades dos saberes e das dinâmicas locais.

Na inundação catastrófica da parte final da novela, projecta-se de forma explícita a co-existência de múltiplas temporalidades, sugerindo-se um paralelismo entre formas antigas e presentes de exploração e desigualdade, mas também a imbricação entre um tempo ‘ecológico’ e um tempo histórico-social humano que coloca em causa a linearidade inerente ao próprio conceito de desenvolvimento – económico, social, ambiental, narrativo. O questionamento mais radical deste conceito provém da personagem do pastor Praado, quem, ao ouvir o Engenheiro Waasser falar do desenvolvimento, apela para uma espécie de desenvolvimento ‘recuado’: “A querer alguma coisa da técnica do Engenheiro Waasser seria que conseguisse prolongar para sempre o dia de hoje (…) Ou melhor, que inventasse uma maneira de podermos recuar: (…) os pastos voltariam a ser verdes, os pastores regressavam (…) Até chegarmos a uma planície infinita cortada por rios gordos onde o gado pastasse devagar” (Borges Coelho, 2016:104-105).

O questionamento da linearidade, explicitado também a nível das formas e técnicas

narrativas, é um aspecto comum da produção ficcional de Borges Coelho e Paulina

Chiziane. Em O Sétimo Juramento a não-linearidade do tempo fica patente na tentativa de estilhaçar o tempo homogéneo imposto tanto pela construção do Estado-Nação pós- -colonial, quanto pelo capital, construindo-se uma tensão com o tempo aparentemente suspenso da memória cultural e dos espíritos. Ambos os autores procuram resolver, simbólica e esteticamente, as contradições e desigualdades instaladas na sociedade moçambicana, através de narrativas não lineares e pontos de vista plurais e subalternos sobre as questões da economia, do mercado e do desenvolvimento globais e locais. Os impactos a longo prazo da transição para a economia neoliberal, do capitalismo extractivista e do desenvolvimento económico, bem como as emergências ecológicas, são aspectos abordados também em romances de outros autores africanos de língua portuguesa, entre os quais destaca Os Transparentes (2012) do escritor angolano Ondjaki.

O romance explora o tema da “maldição dos recursos”, retratando um presente e um futuro à beira da distopia, provocados pela exploração do petróleo e as consequências devastadoras em termos de agudização dos conflitos, desigualdades sociais e desequilíbrios ambientais. Trata-se de um tema que tem vindo a dar origem a um corpus significativo de obras da literatura mundial, levando o escritor indiano Amitav Gosh a desenvolver o conceito de ‘petro-fiction’ para classificar o ‘encontro entre o petróleo e o romance” (Gosh, 1992).

Em Os Transparentes, Ondjaki opta por uma estrutura narrativa fragmentária e, à semelhança dos autores já citados, por um enredo não linear que espelham a fragmentação social do universo urbano da Luanda pós-colonial. Focando um prédio de sete andares e recorrendo a uma ampla galeria de personagens e histórias dentro da história, o autor retrata um mundo complexo e multifacetado, em que destacam a corrupção e a pobreza, mas também as estratégias de sobrevivência no dia-a-dia da cidade. A actividade extractivista no subsolo da capital angolana, guiada pela “CIPEL – comissão instaladora de petróleo encontrável em Luanda” em cooperação com técnicos de várias latitudes, transforma a cidade no palco da devastação material e humana. Tal devastação é paralela ao processo de desmaterialização do corpo ficcional da personagem de Odonato, que se vai tornando cada vez mais transparente, simbolizando um corpo nacional na intersecção entre a vida e a morte, a presença e a ausência, um corpo tornado volátil pelos influxos das dinâmicas do capitalismo mundial. Como afirma Adriana Aguiar, “Odonato é alegoria da condição do povo, daqueles transparentes, não vistos por uns, mas justamente através dos quais se pode testemunhar as superfícies menos ostentadas da modernidade e do progresso” (Aguiar, 2022: 197).

Conclusões

São vários os elementos comuns aos quatro romances referidos. Todos eles retratam ambientes e situações extremas, procurando registar respostas e soluções, simbólicas, narrativas e estéticas, aos dramas vividos pelas personagens: a transparência de Odonato e o incêndio de Luanda em Os Transparentes; o desaparecimento da aldeia em Ventos do Apocalipse; a procura do espírito da montanha em O Sétimo Juramento; a inundação final e o recomeço da narrativa em Água.

Estes romances são também indícios de um corpus potencialmente relevante de obras literárias que abordam as questões e os impactos do desenvolvimento e seus múltiplos sentidos nos países africanos de língua oficial portuguesa. Um corpus que inclui também obras de autores angolanos como Pepetela e Manuel Rui; outros romances dos moçambicanos João Paulo Borges Coelho e Mia Couto, ou ainda do são-tomense Aito Bonfim, para citar só alguns. Explorar este corpus pode ser útil para indagar certos aspectos da densidade do vivido e do imaginado que escapam à literatura científica e aos documentos oficiais, permitindo enriquecer a procura do afrotopos, preconizada por Sarr.

 

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Referências

Aguiar, Adriana (2022) Escarificações: espaço-corpo-memória na literatura e nas artes visuais angolanas (2001-2020). Tese de doutoramento em Teoria Literária, Unicamp.

Borges Coelho, João Paulo (2016) Água. Uma novela rural. Lisboa: Caminho

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Castelbranco, Carlos Nuno (2017) “Lógica histórica do modelo de acumulação de capital em Moçambique”. In: BRITO, Luís de et al. (org.) Desafios para Moçambique 2017. Maputo: IESE, p. 257-302.

Chiziane, Paulina (2000) O Sétimo juramento. Lisboa: Caminho.

Chiziane, Paulina (1993) Ventos do Apocalipse. Maputo: Edição da autora.

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Lewis, David; Rodgers, Dennis; Woolcock Michael (2013) “The Projection of Development: Cinematic Representation as A(nother) Source of Authoritative Knowledge?”, The Journal of Development Studies, 49:3, 383-397.

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Ondjaki (2012) Os Transparentes. Lisboa: Caminho.

Oppenheimer, Jochen (2001), “Pobreza no contexto do ajustamento estrutural–a situação urbana em Moçambique” In: Centeno, Rui e Gonçalves, António Custódio (org.) Actas do VI Congresso luso-brasileiro de Ciências Sociais. As Ciências sociais nos espaços de língua portuguesa, balanços e desafios. Porto: FLUP, p. 123-131.

Sarr, Felwine (2019) Afrotopia. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições.

WReC (2020) Desenvolvimento combinado e desigual: por uma nova teoria da literatura-mundial. Campinas: Editora Unicamp.