– exposição Mulheres de São Tomé e Príncipe
Nesta ilha, as mulheres carregam um fardo pesado, que inveja quem não consegue e entristece quem consegue. Sei pouco deste sentimento, apenas observo, em todos os cantos das roças, das quintas, dos campos e da cidade. Existem momentos e trocas de olhares em que revivo o olhar da minha mãe – forte, capaz, esperançoso, (e melhor ainda) corajoso.
Fui do norte ao sul de São Tomé e Príncipe e entre palaiês, advogadas, empreendedoras, vendedoras do mercado e empresárias, as inspiradoras histórias das suas vidas remetem-me a um lado sombrio e escondido na luta da igualdade de género. O percurso para melhorar as suas condições de vida é longo e apenas os seus sorrisos esquecem das suas tristeza.
– Sinceramente? A ligação aconteceu numa tarde calorosa de Novembro e entendi o que seria viver e crescer nesta terra, em que sonhava ter um pedaço deste olhar. Viajamos até Junho, a entender a esperança, lutando pela igualdade, ouvindo desabafos, alegrias e tristezas. Sabia que não o iria sentir mesmo se tocasse ou visse. Iria apenas sentir, se vivesse pela verdade dos factos pois o contrário nunca arrefece.
Tenho saudades do nosso Janeiro.