Haverá espaço para Educação para o Desenvolvimento numa sociedade do espetáculo?

Amanda Franco

Integra a equipa do projeto Sinergias ED, na área da Educação para o Desenvolvimento, por parte do CEAUP. Doutorada (2016) e pós-doutorada (2020) em Ciências da Educação, com Bolsa FCT. Mestre em Supervisão Pedagógica (2023), tem experiência enquanto psicóloga escolar e docente. Os seus interesses de investigação incluem pensamento crítico e desenvolvimento profissional de docentes.

Sandra Fernandes

Integra a equipa de Cidadania Global e Desenvolvimento da Fundação Gonçalo da Silveira - FGS, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, desde 2012. Tem estado envolvida em ações, projetos e processos de aprendizagem colaborativos no âmbito da Educação para o Desenvolvimento, Educação para a Cidadania Global e Educação Transformadora em Portugal e em Moçambique.

Sara Borges

Integra a equipa de Cidadania Global e Desenvolvimento da Fundação Gonçalo da Silveira - FGS, desde 2018 fazendo parte da equipa do projeto Sinergias ED. Tem trabalhado com escolas, instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil no âmbito da Educação para o Desenvolvimento em Portugal.

Sílvia Franco

Integra a equipa de Cidadania Global e Desenvolvimento da Fundação Gonçalo da Silveira - FGS, desde 2018 fazendo parte da equipa do projeto Sinergias ED. Tem trabalhado com escolas, instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil no âmbito da Educação para o Desenvolvimento em Portugal.

A Educação para o Desenvolvimento (ED) surge nos países do Norte Global como forma de dar resposta, no período que se sucedeu à 2.ª Grande Guerra, às necessidades advindas dos condicionantes históricos do desenvolvimento, da cooperação internacional e das relações Norte-Sul (Mesa, 2014, p. 24). Tais necessidades derivam de um conceito de desenvolvimento cuja perceção se encontra associada a progresso e a crescimento económico enquanto condições-chave. Um conceito que se encontrava nas mãos dos países do Norte Global ou, como o definiu Guy Debord (1992, p. 34), nas mãos de “sociedades portadoras do espetáculo”, permitindo, a partir do seu “lugar de hegemonia”, consolidar a ideia e a prática de que “a sociedade portadora do espetáculo não domina somente pela sua hegemonia económica as regiões subdesenvolvidas. Domina-as enquanto sociedade do espetáculo. Onde quer que a base material ainda esteja ausente, a sociedade moderna já invadiu espetacularmente a superfície social de cada continente” (Debord, 1992, p. 34).

Mas um longo percurso foi percorrido pela Educação para o Desenvolvimento desde os seus primórdios, acompanhando e refletindo em simultâneo os debates sobre o desenvolvimento e as relações Norte-Sul. Mesa (2014) organiza este percurso a nível internacional em cinco gerações: uma primeira geração de cariz caritativo-assistencialista, seguida de outra de caráter desenvolvimentista; uma terceira ligada a uma abordagem crítica e solidária, seguida de uma geração focada nas questões do desenvolvimento humano e sustentável, e uma última que se refere à Educação para a Cidadania Global (ECG). Diferentes fases geracionais de um percurso que, no entanto, não se constituíram enquanto etapas sucessivas, mas que coexistem nos dias de hoje, de modo não uniforme, em função de cada contexto geográfico e institucional.

Mas como pode, então, ser entendida a ED/ECG no contexto português? A partir da experiência de trabalho da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) nos últimos 15 anos, entende-se que a ED se constitui, antes de mais, enquanto processo de aprendizagem. Isto significa que ela se reveste de uma dimensão pedagógica, materializada em processos educativos que partem da experiência e vivência dos/das aprendentes, nos quais as metodologias e abordagens participativas e democráticas são coerentes com os próprios conteúdos de ED. Esta visão pedagógica da ED remete-nos para a promoção de processos horizontais e contínuos de co-construção de conhecimento onde todas as pessoas e instituições se assumem e valorizam enquanto aprendentes. Por outro lado, é importante reconhecer que a ED tem uma dimensão intrinsecamente política, ao assumir cada pessoa, individual ou organizada coletivamente, como agente político e de transformação social. Uma agência que implica um olhar crítico e informado que permite efetivamente reconhecer e questionar as relações de poder, perceber as complexidades e transformar as causas estruturais das situações de injustiça e desigualdade existentes no mundo, a nível local e global. A promoção de processos colaborativos, dialogantes e construídos de forma conjunta como condição sine qua non, adiciona à ED uma dimensão colaborativa essencial. Esta dimensão reforça também a necessidade de abertura à comunidade enquanto espaço relacional fundamental para as aprendizagens em ED. Finalmente, deve reger-se por um quadro ético assente na justiça social, na equidade e no Bem Comum, e que materializa a dimensão ética da ED. Este quadro de valores assume, ainda, a diversidade como riqueza profunda (CIDAC et al., 2018, p. 17; FGS et al, s.d.).

Estas quatro dimensões dão à ED/ECG o seu carácter eminentemente processual de ferramenta que permite ler, compreender e agir sobre a realidade a partir de uma grelha de análise crítica. Como tal, “não se atribui à Educação para o Desenvolvimento e a Cidadania Global um ou vários temas em particular, mas, antes, uma outra forma de analisar a realidade” (PPONGD, 2018, p. 10) que permite a “problematização de questões relacionadas com o desenvolvimento (conceitos, modelos, políticas e práticas), incluindo a problematização dos conceitos de desenvolvimento e de educação”. Uma problematização que “coloca em evidência as relações de interdependência no contexto internacional e aborda especificamente as relações de poder e o seu impacto em termos de assimetrias socioeconómicas globais, nacionais e locais” (ENED 2018-2022, p. 13).

A abordagem educativa proposta pela ED/ECG exige um pensamento complexo e interseccional e uma perspetiva transversal e multidisciplinar, já que o seu foco se encontra no combate à injustiça social à escala global e às causas estruturais das relações desiguais de poder. Estas características fazem da ED/ECG uma proposta educativa antissistémica e anti-hegemónica, o que gera tensões e obriga a uma gestão constante das mesmas, seja ao nível individual como coletivo. O “«global é assustador (…) porque tudo o que nos apresentam como sendo global, e que é muito complexo, esmaga-nos» (CIDAC et al, 2023, p. 54). Para isto contribui exatamente o facto de nos encontrarmos cada vez mais imersos numa sociedade do espetáculo, na qual “os problemas globais são transmitidos pelos media de uma forma muito global e complexa, o que se pode traduzir num certo fatalismo face aos problemas da realidade.” As próprias redes sociais têm contribuído para intensificar esta perceção: “o global entra cada vez mais na vida das pessoas, a partir do que é apresentado nesses mundos virtuais” (CIDAC et al, 2023, p. 55) e com ele o risco de aprofundar imagens, narrativas e estereótipos em relação ao que se encontra distante, ao que não nos é próximo e quotidiano e à nossa capacidade ou incapacidade enquanto indivíduos, coletivos ou sociedades para transformarmos o mundo e as suas injustiças.

É exatamente por este motivo que a ED/ECG tem um papel a desempenhar cada vez mais relevante de leitura, compreensão e ação sobre a realidade. Um papel que exige uma mudança de paradigma epistemológico, que propõe uma visão crítica sobre a co-produção e disseminação de conhecimento, que exige a construção de literacias múltiplas que saibam ler criticamente tanto as estruturas sociais, económicas, culturais e políticas das nossas sociedades, como as mensagens veiculadas pelos média e pelas redes sociais. Estas estruturas vêm alimentando relações desiguais e desequilibradas a nível global, reforçando o gap de poder entre territórios assinalado por Debord.

Partilhamos, de seguida, o exemplo da Revista Sinergias, a primeira revista científica portuguesa dedicada à ED, enquanto processo e ferramenta de co-construção e disseminação de visões, representações e conhecimento(s) críticos.

ACEP

Uma revista científica como ferramenta de Educação para o Desenvolvimento

A Revista Sinergias – diálogos educativos para a transformação social (ISSN: 2183-4687) emerge do projeto Sinergias ED, uma colaboração entre a FGS e Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP), com cofinanciamento do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e da Universidade do Porto. Esta revista científica multilingue, com processo de revisão por pares, publicada em formato digital e aberto desde 2014, conta já com 15 números disponíveis. Desde a sua génese que a Revista Sinergias procura “afirmar-se como um espaço de diálogo entre diversas perspetivas, entendimentos e práticas no que respeita aos processos de aprendizagem que têm por foco a transformação social” (como referido em entrevista realizada por Costa, 2015). Tem como princípios basilares (i) servir de veículo para a produção e a partilha de conhecimento(s), à luz de uma plena diversidade de saberes, na área da ED/ECG que incorpora a Educação para a Transformação Social; e (ii) criar espaços (locais, inter-regionais, nacionais, internacionais) de reflexão e discussão do foro conceptual, metodológico e prático, em torno desta área. Assim, existe um conjunto de práticas levadas a cabo e que, de seguida, se partilham, que procuram assegurar uma plena diversidade de saberes e tornar mais justas as representações que tecemos em relação a quem, comummente, se designa “o outro”.

Colaboração sinérgica

A Revista Sinergias assoma do Sinergias ED, um projeto assente no desiderato de criar pontes entre sociedade civil e ensino superior, comunidade e academia, ação e investigação na área da ED/ECG. No momento, encerra-se a sua 4ª edição 1 (2020-2023), com a qual se acolheu o desafio de “alargar e aprofundar as relações e aprendizagens colaborativas entre ação e investigação em Educação para o Desenvolvimento”. Para tal, procedeu-se ao fortalecimento dos espaços de encontro entre profissionais do setor da ED/ECG em Portugal que constituem a comunidade colaborativa Sinergias ED, não apenas para aproximar os seus elementos – oriundos de diferentes círculos profissionais, áreas de atuação, geografias e culturas –, mas também, e sobretudo, para catalisar processos de ação colaborativa. A Revista Sinergias reflete essa experiência ao apresentar contributos que resultam da colaboração entre intervenientes com diferentes pertenças institucionais, entre intervenientes da sociedade civil e do ensino superior e, até, entre intervenientes de diferentes culturas. De forma complementar, o próprio Conselho Científico da revista é já um ponto de colaboração sinérgica, pois é constituído por pessoas convidadas, quer nacionais quer internacionais, que se destacam pelo seu contributo conceptual e/ou prático na área da ED/ECG, muitas delas envolvidas em processos de revisão ou co-criação de conhecimento editado na revista.

Figura 1. Colaboração que aproxima instituições (in nº15).

Figura 2. Colaboração que aproxima sociedade civil e ensino superior (in nº11).

Figura 3. Colaboração que aproxima culturas (in nº9).

Diversificação linguística, geográfica e cultural

Na Revista Sinergias procura-se acolher a diversificação ao publicar em três línguas: portuguesa, espanhola e inglesa. Tal permite receber contributos de Espanha (e.g., Mesa, 2021) e América Latina, tal como Argentina (e.g., Tonon, 2018), Colômbia (e.g., Tovar & Camacho, 2020), Costa Rica (e.g., Jara, 2016) e México (e.g., Del Carpio, 2023). Do mesmo modo, ao receber contributos em língua inglesa, possibilita-se a aproximação de autoras e autores (e, potencialmente em simultâneo, de leitoras e leitores) que escrevem desde países europeus, africanos e americanos, incluindo Estónia (e.g., Miller, 2023), Finlândia (e.g., Jääskeläinen, 2015), Etiópia (e.g., Shewadeg, 2023), Brasil (e.g., Dubeux, 2018).

A diversidade linguística e geográfica contribui para uma rede ampla de colaborações na ED/ECG, seja ao reforçar contactos feitos ou ao iniciar novos. Por exemplo, ao receber-se um contributo do México, procura-se envolver uma pessoa revisora nativa para garantir uma revisão com uma proximidade cultural e geográfica – contextualizada –, para além de linguística, de modo, a procurar minimizar os riscos de uma lente etnocêntrica manuseada pelo Norte Global sobre os assuntos em análise.

Partindo do plano nacional para o plano internacional, a Revista Sinergias continua a orientar-se pelo princípio da colaboração sinérgica em relação a outras revistas europeias. Os números 11 2 (dezembro 2020) e 12 3 (junho 2021) foram construídos na base de um convite coletivo para a apresentação de artigos por parte de quatro revistas dedicadas à ED/ECG: para além da Revista Sinergias (Portugal), a International Journal of Development Education and Global Learning (Inglaterra), a Policy and Practice: A Development Education Review (Irlanda), e a ZEP: Journal of International  Research and Development Education (Alemanha). Esta parceria coletiva irá renovar-se em 2024, com o lançamento de um novo convite coletivo para a apresentação de trabalhos que farão parte do número 16 da Revista Sinergias.

Diversidade de saberes

Ainda que a Revista Sinergias tenha começado por oferecer contributos produzidos na academia e mais notadamente do foro científico, rapidamente se abriu aos contributos vindos de organizações da sociedade civil. O saber construído nos diferentes círculos é crucial para sonhar e concretizar as soluções aos desafios com que a ED/ECG se depara. Hoje, a Revista Sinergias procura ser um espaço de expressão para a voz de diferentes atores, segundo uma plena diversidade de saberes. Tanto o conhecimento construído através do método científico como o saber construído na prática são necessários. O acolher da diversidade de saberes está visível nas secções em que se organizam os contributos publicados em cada número da Revista Sinergias. Estas secções foram-se metamorfoseando, numa procura de captar a riqueza de contributos advindos de diferentes círculos e produzidos em diversos formatos. Se no número 1 4 (2014) se apresentavam contributos sob a forma de artigo, entrevista, documento-chave, recensão crítica e resumo de tese de mestrado, no número 3 5 (2016) já era possível encontrar também a secção das publicações recentes, e, a partir do número 5 6 (2017), as secções outros diálogos e debate, como forma de acolher contributos emergentes da prática. Esse acolhimento concretiza-se mais plenamente com o número 9 7 (2019), a partir do qual se inclui a secção das práticas. No número 11 8 (2020), a primeira secção desdobra-se em caderno temático e outros artigos (conforme o artigo se aproxime mais ou menos, respetivamente, do tema norteador desse número da Revista Sinergias em particular). Assim se obtém uma estrutura (cf. Figura 4) que se tem vindo a manter desde então, ainda que seja flexível, de acordo com os contributos recebidos em cada número (por exemplo, nem todos os números oferecem a secção entrevista ou documento-chave).

Figura 4. Secções contidas na Revista Sinergias para albergar a diversidade de saberes.

Alternação dos formatos

Assumindo que a diversidade de saberes requer, em coerência, uma diversidade de linguagens, para se conseguir exprimir mais livremente, a Revista Sinergias está no caminho da procura de novos formatos de partilha do saber. Esta opção resulta da discussão em torno das linguagens predominantes e das linguagens invisibilizadas na produção do conhecimento. Tais formatos alternativos poderão ser mais facilmente agarrados pelo mundo da sociedade civil e, em simultâneo, contribuir para a permeabilização do mundo académico a formatos distintos dos canonicamente ditados pelo método científico e levar a revista até novos públicos. No número 15 9 (2023), é possível encontrar um contributo, na secção práticas, que inclui não apenas texto e fotografia, mas também vídeo e áudio (Manarte, 2023). A alternação dos formatos é um caminho em aberto.

Revisão agregadora

Até 2018, a revisão anónima por pares era realizada por uma (ou mais) pessoa(s) da academia. Contudo, e com o importante contributo de um grupo de trabalho colaborativo da comunidade Sinergias ED, dedicado à Revista Sinergias, iniciou-se um processo de reflexão sobre o eventual enviesamento do conhecimento disseminado, uma vez que a validação desse conhecimento não se estava a pautar expressivamente pela horizontalidade, por faltar a voz da sociedade civil. Uma vez que, com a Revista Sinergias, também se pretende questionar e debater o monopólio da academia em relação à produção, validação e disseminação do conhecimento, optou-se por um modelo de revisão por pares (ou ímpares) que inclui uma dupla constituída por um elemento de uma instituição do ensino superior e um elemento de uma organização da sociedade civil. Atualmente, todos os contributos científicos recebidos são apreciados por uma dupla de revisão.

Adicionalmente, como forma de criar um processo de construção colaborativa da horizontalidade dos saberes, o resultado da revisão por pares pode recomendar a não-aceitação do trabalho, a aceitação do trabalho, ou ainda, a eventual aceitação após participação num processo de acompanhamento 10. A terceira opção presume um trabalho próximo, de parceria crítica – por outras palavras, é feito um caminho (des)construtivo entre autor/a e revisor/a. Neste momento, em que se prepara o número 16 e já se antecipa o número 17, o mesmo grupo de trabalho colaborativo do Sinergias ED e o conselho editorial da Revista Sinergias questionam se o anonimato de quem revê deveria manter-se quando se devolve o texto a quem o autoria, para efetuar reformulações. Revelar a identidade do/a revisor/a poderia permitir um diálogo potencialmente relevante nestes processos de aprendizagem.

Que espaço para a ED/ECG?
Entre a necessidade da transformação social e a inexorabilidade das estruturas sociais, políticas, económicas e culturais promotoras de injustiças, existe um espaço específico para a ED/ECG que é o da possibilidade de construção e vivência de visões, representações e narrativas alternativas que possam ir transformando o sistema a partir de dentro. Um espaço que exige das organizações da sociedade civil: (i) a animação de processos educativos promotores de pensamento crítico e de compromisso político, (ii) a criação de espaços multidisciplinares de análise e leitura da realidade na sua complexidade, (iii) a promoção de relações colaborativas e de diálogo entre diferentes entidades e instituições e (iv) a valorização de princípios éticos partilhados promotores de Bem Comum. Algumas das práticas partilhadas na Revista Sinergias procuram ser exemplo deste espaço específico da ED/ECG. Nomeadamente, a colaboração sinérgica (aproximando sociedade civil e academia, para além de diferentes círculos profissionais, áreas de atuação, geografias e culturas); a diversificação linguística, geográfica e cultural (ao publicar em língua portuguesa, espanhola e inglesa, avizinham-se quer leitoras/es e autoras/es quer revisoras/es de múltiplos países e culturas); a diversidade de saberes (partilhando o saber construído por diferentes atores, seja pelo método científico seja pela prática quotidiana em contexto); a alternação dos formatos (com a qual se assumem diversas linguagens, que incluem o audiovisual, não apenas o textual); e, ainda, a revisão agregadora (que utiliza um modelo de revisão por pares que inclui uma dupla constituída por uma pessoa da sociedade civil e uma pessoa da academia, assim como a possibilidade de uma parceria de amizade crítica entre autor/a e revisor/a). Este é, contudo, um caminho que se faz caminhando. Sobretudo numa era do espetáculo, em que o capitalismo moderno persuade a uma existência movida pelo(s) consumo(s) desenfreado(s) de bens e recursos, e em que “o espectáculo não quer chegar senão a si próprio” (Debord, 1992, p. 12) – com prejuízo para as relações pautadas pela justiça social e o Bem Comum –, a concretização dos princípios da ED/ECG torna-se cada vez mais premente.

Notas de fim

1 Consultar mais informação sobre a 4ª edição do Sinergias ED em https://sinergiased.org/sobre/4a-edicao/

2 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/contexto-das-politicas-publicas-e-a-area-da-educacao-para-o-desenvolvimento-
e-para-a-cidadania-global/

3 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/contexto-das-politicas-publicas-e-a-area-da-educacao-para-o-desenvolvimento-
e-para-a-cidadania-global-ii/

4 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/educacao-para-o-desenvolvimento-conceitos-e-caminhos/

5 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/colaboracao-entre-ensino-superior-e-sociedade-civil-uma-visao-transformadora/

6 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/cooperacao-e-educacao-para-o-desenvolvimento-fronteiras-certas-e-incertas/

7 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/saberes-e-praticas-de-cidadania-para-a-democracia/

8 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/contexto-das-politicas-publicas-e-a-area-da-educacao-para-o-desenvolvimento-e-para-a-cidadania-global/

9 Disponível em https://sinergiased.org/revistas/imagine-peace-a-educacao-para-o-desenvolvimento-e-a-construcao-da-paz/

10 Mais informação sobre o processo de revisão por pares disponível em https://sinergiased.org/revista/#sobre

Referências

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CIDAC & FGS. (2023). A Educação para o Desenvolvimento nas práticas escolares. Problematizando e propondo caminhos para a formação e a escola. Disponível em: https://fgs.org.pt/wp-content/uploads/2023/03/ReferencialED_compressao-media.pdf

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